Obras e mais obras. O essencial é secundário


Brasília é um pleno canteiro de obras. Viadutos, alargamento de pistas, viadutos, recapeamento de asfalto e muitas outras iniciativas governamentais no campo da construção civil. Mas, bastou chover, para o brasiliense perceber que o essencial ou o igualmente importante continua sendo negligenciado pelo governo.
Um temporal expõe a fragilidade das vias da capital federal. São tantos alagamentos que não é exagero supor que o Lago Paranoá invadiu os mais variados pontos da cidade. Nem mesmo a moderna tecnologia da indústria automobilística resiste: a potencia dos motores se rende às ruas encharcadas.
As famosas tesourinhas, uma das marcas da cidade, viram lagoas intransponíveis. Quem se arrisca, na maioria das vezes, é imobilizado pela força da água. Dos viadutos, cachoeiras transformam a paisagem.
Mas as obras não podem parar. É ano pré-eleitoral. Quanto mais obras ― garantem os expertises ― maiores são as chances de reeleição do mandatário. Então, vamos lá: máquinas em ritmo acelerado. Parem vocês, motoristas desavisados. Turistas incautos. Pedestre, pobre.
Há anos, os brasilienses pedem correções na malha viária da cidade para acabar com acúmulo de água. O poder público ouviu, mas ignorou. Nos orçamento até existem previsões. Porém, na hora do parte e reparte, a demanda cai para segundo, terceiro, quarto... último plano. A prioridade é fazer obras, movimentar o setor da construção civil. Um toma lá dá cá entre empresários e poder público. Como diria um ex-estadista brasileiro: “povo é um só um detalhe!”

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