O trator já passou

Uma semana depois de todas as emissoras de TV exibirem a destruição de parte de um laranjal, na fazenda da Cutrale, no interior de São Paulo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota atribuindo o episódio de vandalismo a possíveis infiltrações dos inimigos da reforma agrária. Nada contra a ação do MST, quando ela incide sobre terras improdutivas. Mas, no caso da Cutrale, a nota chegou atrasada, em uma tentativa de tapar o sol com a peneira.
As emissoras de TV exibiram as imagens e deram espaço para que os líderes da ocupação explicassem o motivo da destruição de parte do laranjal. A líder disse, com todas as letras e sem qualquer manipulação, que o objetivo era abrir espaço para plantar feijão. A nota chegou atrasada. Ao menos, dessa vez, ficou difícil para o MST dissociar a imagem de luta pela reforma agrária do vandalismo e da violência gratuita. A galera perdeu o bom trator da história. Um a zero para os latifundiários, pelo menos nesse episódio.

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