Um doce para quem adivinhar o fim

Como a Câmara Legislativa atuará diante de mais um escândalo envolvendo o deputado Benedito Domingo? Mais um, sim: quem não se lembra que ele também foi umdos personagens da Caixa de Pandora, que, depois de aberta, levou o governo de José Roberto Arruda à derrocada? O correto seria a abertura de inquérito para apurar a quebra de decoro do parlamentar. Mas essa não é a lógica da Casa. Benedito é um deputado influente, desde os tempos do ex-governador Joaquim Roriz, que foi considerado "ficha suja" nas últimas eleições pelo Tribunal Superior Eleitoral e acabou desistindo de disputar o Paláciodo Buriti. Diante da saída do velho parceiro da cena eleitoral, Benedito se alinhou à candidatura de Agnelo Queiroz (PT). No passado, o PT era considerado o "demônio" por Benedito e outros que hoje fazem parte do atual Governo do DF. Mas isso é, como dissemos, é passado.
Dentro da Câmara Legislativa, Benedito tem amigos na base aliada do governo petista e na oposição. Aliás, hoje é muito difícil dizer quem é de direita ou de esquerda no cenário parlamentar local. Sabe-se que uma boa conversa com o governo, uma liberação de recursos para uma ou outra obra, todos acabam amigos do rei. Ruim para a Câmara, bom para Benedito, que poderá ser beneficiado com o adiamento indefinido da abertura de um inquérito que, se levado a sério, resultaria na sua cassação.
Péssimo para Brasília que não consegue romper o ciclo de corrupção e se livrar da pecha de "cidade de ladrões". Aliás, um ciclo que, cada vez, mais é vitaminado pelas lamentáveis escolhas que a população faz quando vai às urnas.

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