Sinais tênues

(Foto: Agência Brasil)

Os militares dão sinais, ainda que tênues, de insatisfação com o presidente Jair Bolsonaro. Não se poderia esperar nada diferente. Eles, como os setores organizados da sociedade civil, aderiram ao maior pacto social, cujos artigos e cláusulas compõem a Constituição cidadã de 1988. Os brasileiros voltaram às ruas no fim de semana. À medida que os movimentos populares  crescerem, o repúdio ao atual governo ganhará maior expressão. Os militares, não vejo que possa ser diferente, estarão ao lado da sociedade.

Não vão, acredito eu, destruir a imagem que reabilitaram nos últimos 35 anos em favor de um projeto egoísta do passageiro assentado no Palácio do Planalto, atrasado e incabível para o momento civilizatório do século 21. Os militares não mergulhariam na vala do retrocesso, com impacto negativo dentro das Forças Armadas. E entre suas fileiras, têm homens com elevada formação intelectual e cientes da tragédia que vem representando o comandante em chefe ao país.

Não acredito que os militares vão voltar seu poderio bélico contra a sociedade brasileira, encarcerada nas mazelas socioeconômicas, derivadas das desigualdades, e que as torna vítima da miséria, do desgoverno, do racismo estrutural e da pandemia. Impossível imaginar que sujariam, novamente, suas mãos de sangue, reavivando as nódoas deixadas por 21 anos (1964/1985) de regime de exceção.

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