"Falha processual na editoração" ou sinal verde à homofobia?


O recuo de Marina Silva em relação aos homossexuais mostrou inquestionável submissão ao pastor Malafaia. Hoje, existem normas protetivas para a união dos gays. Não seria o governo dela ou de qualquer outro presidenciável que imporia um retrocesso, considerando que a união estável foi garantida pela Corte Suprema do país. Mas, de toda forma, o que se viu nos últimos dois dias é muito ruim, principalmente porque o gays têm sido alvo da violência dos fundamentalistas, como Malafaia e congêneres. O que está em jogo são os direitos humanos de homens e mulheres, independentemente da opção sexual.

A repulsa de Malafaia aos homossexuais, afinal, foi chancelada pelo recuo de Marina Silva. Em um eventual governo da candidata, o Estado será regido pelo fundamentalismo? Prevalecerão a intolerância religiosa, a homofobia, o racismo, uma vez que para neopentecostais os negros são malditos?

E por falar em racismo, Marina se considera afrodescendente?

Vale lembrar que está em curso no país um franco processo de extermínio da população negra. Aqui, no Distrito Federal e Entorno, do total de jovens, entre 15 e 29 anos, mortos, 88% são negros. Nesse universo, a maioria foi vítima da ação policial.

Essa questão não é menos importante do que a crise econômica, a falta de transporte público de qualidade, as deficiências na educação ou a crise na saúde, na segurança e no abastecimento de água. O que está em jogo são vidas de cidadãos sentenciados à pena capital pela cor da pele.

Embora boa parte da população esteja preocupada com os rumos da economia, fente à recessão, ao aumento da inflação, questões, como a dos homossexuais, revelam a falta de pulso e de firmeza da candidata., que atribuiu um recuo à "falha processual na editoração".

Eleger Marina Silva será um sinal verde ao projeto de poder dos fundamentalistas neopentecostais? Será um salto ao período medieval, com caça às bruxas e fogueiras em praça pública?

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