Sustentamos os inimigos

Joaquim Silveira

Não há expressão que qualifique o comportamento da Câmara dos Deputados.  Ao chancelar a indicação do deputado pastor neopentecostal Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos, os deputados acabaram com esse fórum destinado à defesa das parcelas minoritárias da sociedade.

Lamentável que o partido de sustentação do governo não tenha movido uma palha sequer para impedir tamanha aberração. A ala progressista — se é que isso existe dentro da Câmara — acoitou um indivíduo cujo comportamento está fartamente documentado nas redes sociais. Um sujeito para o qual os negros são “malditos” e a “Aids é o câncer dos homossexuais”.

Tamanhas aberrações somente são expelidas por um indivíduo sem a menor qualificação para ser um legislador, mas que bem representa as facções que agridem e matam homossexuais, que defende a esterilização das mulheres negras, a fim de evitar o crescimento da população afrodescendente, advoga em defesa do retrógrado Estado teocrático e ainda exige dos fiéis a senha do cartão de crédito para que sejam dignos dos milagres divinos. Se a sociedade tem a Câmara como sua representante, é desnecessário temer os inimigos.

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