Sejamos maricas. Sejamos frouxos. Um brinde com Guaraná Jesus!

Ontem, o Brasil era um país de maricas. Hoje, de frouxos. Há poucas semanas, afirmou que o Guaraná Jesus, uma tradição e grife dos maranhenses,  era bebida de "boiola" (gay). E assim o presidente da República vai construindo um repertório de agressões verbais contra os brasileiros. Acusa de "covardes" os que aderiram ao isolamento social, como recomenda a ciência e a medicina, para não se infectarem nem transmitirem o novo coronavírus.  

Quase 168 mil brasileiros morreram diante dessa praga que ceifa vidas, enluta famílias inteiras, deixa órfãos sabe-se lá quantas crianças e jovens. Mas "e daí?", reage o presidente diante da mortandade. "Todos têm que morrer um dia", justifica. Mas o poder público tem a responsabilidade de cuidar da vida e retardar o encontro dos cidadãos com a morte. 

Mas a opção dele é pela necropolítica. Um desprezo inominável pela vida das pessoas. Em 22 de abril, durante reunião ministerial, foi enfático na defesa da sua política belicista: "Temos que armar a população". Em quase dois anos de governo, ele assinou cerca de 25 atos que desmontam o Estatuto do Desarmamento. Os governantes normais querem violência zero. Mas ele chegou para descontruir, desunir, desmontar... Enfim, tornar o que era ruim muito pior. 

Sejamos maricas. Sejamos frouxos. Sejamos covarde. Esses dizem não dizem nada, quando sublimamos o que mais de importante: a vida, tanto a nossa quanto a dos próximos. Somos ousados. Somos inteligentes, o que nos permite cultivar os valores civilizatórios do século 21. Buscamos, a cada dia, nos livrar das amarras do preconceito, do racismo e de todas as fobias que nos separam e nos tornam medievais e nos aproximam da irracionalidade. Somos defensores da vida.

Um brinde a todos que sabem ser humanos. Você aceita uma taça de Guaraná Jesus?



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