Falso conflito



Mais de 16 mil mortes e quase 245 mil infectados (Fonte: uol.com.br)

Parece falsa a preocupação do presidente da República com a economia brasileira. A sua insistência em suspender o isolamento social sugere que a sua atenção está direcionada para alguns setores que, provavelmente, têm forte capacidade de financiamento eleitoral. Os dados sobre infectados e mortos pelo novo coronavírus crescem dia a dia. Como retomar a economia com uma população doente ou tomada de pânico de vir a contrair a doença e não ter um leito hospitalar para atender às vítimas da epidemia? Há uma incoerência absurda entre o discurso e prática. 

Abrir tudo, enviar os trabalhadores para as atividades e e expô-los a tamanho risco. Como o indivíduo doente ou psicologicamente afetado pela pandemia terá capacidade de produzir? Até agora não seu viu nenhuma manifestação de preocupação do presidente com o colapso na rede pública de saúde. Os estados com o maior número de casos dão fortes sinais de estrangulamento da capacidade de atendimento. 

Os números de mortos, todos reconhecem, pela epidemia, estão subestimados, bem como os de infectados, pois a testagem ainda é irrisória para um país com mais de 210 milhões de pessoas. Dentro de quadro sinistro, o presidente declara guerra às aos estados e incita os empresários a “partirem pra cima dos governadores”. 

O Brasil é uma república federativa. As unidades da Federação não podem ser tratadas como inimigas, quando se abrigassem brasileiros inimigos que devem ser dizimados, sabe-se lá por quais interesses. A orientação do presidente é extremamente equivocada, quando ele jurou defender o povo brasileiro, que está distribuído pelos estados. Não será por meio de uma guerra que o país vai recuperar a vitalidade econômica. Ao contrário, a crise será a cada momento mais fratricida, com cadáveres sendo empilhados para serem jogados em valas comuns. 

É preciso curar a população para que a economia seja retomada com vigor. Liberar geral significa mortalidade em escala inimaginável. Não há divergência entre saúde e economia. Pelo contrário, são interdependentes. Uma não existe sem a outra. Um falso conflito está sendo criado por interesses ainda a serem explicados. A história imputará a responsabilidade por esse genocídio ao ocupante da hora do Palácio do Planalto.

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