Comportamento inadequado e a construção do caos


Quem é jovem tem muito a fazer durante o confinamento imposto pela pandemia de coronavírus — jogos eletrônicos, exercícios físicos, bate-papo pelas redes sociais ou, simplesmente, dormir. Mas quem entrou no grupo dos sexagenários, as opções ficam um tanto quanto reduzidas. Aos 65 anos, carrego os danos físicos de uma vida sedentária por foça do trabalho, entre 10h e 14 horas diárias. Então, acompanhar o noticiário, zelar pela higiene do ambiente doméstico são as opções

E foi passeando pelos sites de notícias, na manhã deste domingo (22/3), que me deparei com uma análise sobre o governo de Jair Bolsonaro, que se notabiliza pela criação de conflitos com Judiciário, Legislativo e com outras nações — o episódio com o governo francês, empurrou o Brasil para o vale vergonhas.

Diante da pandemia do coronavírus, ele saturou quaisquer resquícios de boa vontade e de esperança entre os brasileiros. Em nenhum momento soube se portar como líder do Executivo, responsável pela condução das políticas públicas de saúde e momento tão dramático para os brasileiros que, minuto a minuto, é informado de mais uma morte pela Covid-19. No mundo, mais de 11 mil pessoas foram a óbito pelo vírus. Presidentes de outras nações chegam a comparar a tragédia aos danos de Segunda Guerra Mundial.

Mas o presidente afirmou que a epidemia era "fantasia" da imprensa brasileira. Não percebeu, no tempo certo, o potencial de destruição da vida pelo vírus. Qualificou os alertas de "histeria". Não fosse o conhecimento e a percepção do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o caos no país ainda seria maior. O protagonismo do ministro, elogiado por todos os setores, em vez de merecer aplausos, despertou ciúmes no presidente.

Enquanto o ministro prevê 20 semanas trágicas para os brasileiros, colapso no sistema público de saúde e muitas mortes, Bolsonaro trata a pandemia como "gripezinha", dando provas incontestes da sua incapacidade de avaliação de um momento tão tenebroso, para toda a sociedade brasileira. Na contramão das orientações do ministro Mandetta, para que os brasileiros optassem pelo isolamento social a fim de evitar a transmissão do vírus, Bolsonaro vai à manifestação que convocou contra o Congresso e o Judiciário. Ele, sob suspeita de ter contraído o coronavírus na viagem aos Estados Unidos, tocou em pessoas e celulares. Cenas explícitas de exibição para fortalecimento seu doentio ego.

Eleito pelo voto de ódio ao Partido dos Trabalhadores, ele não conseguiu pacificar a nação. Pelo contrário, tornou o país uma rinha, alimentando a violência de seus seguidores contra todos que optaram por outros candidatos nas eleições de 2018. Abriu franco conflito com os meios de comunicação. Não consegue esconder as incabíveis fobias contra negros, comunidades indígenas, homossexuais,mulheres e pobres. Destila a cada discurso doses de venenos contra tudo e todos.
No ano passado, os potenciais investidores tiraram do país quase US$ 45 bilhões de dólares, que poderiam ser aplicados na abertura de empregos. Hoje, são quase 12 milhões de desempregados e mais de 40 milhões na informalidade. A economia patina. As promessas o superministro da Economia não se cumpriram.

Hoje, grandes e ricos apoiadores da eleição de Bolsonaro engavetaram seus projetos de expansão e ampliação da oferta de emprego. O futuro é sombrio e vem sendo, dia a dia, tornando-se mais denso devido ao comportamento inadequado do senhor presidente Jair Bolsonaro, que não conta mais com o apoio incondicional dos militares bem formados. É o que mostram as publicações e análises responsáveis em circulação no país.

Pior que o coronavírus, é um capitão desajustado!

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