Saúde no DF: Agnelo repete Roriz e Arruda

Agnelo Queiroz: desculpas para promessas que não se cumprem
 Quem precisou de um médico na noite de sábado último, não encontrou. A situação virou uma característica na rede pública. Os centros de saúde 24 horas não dispunham de um clínico médico e os pacientes foram encaminhados para o Hospital Regional da Asa Norte, onde havia apenas dois profissionais na clínica geral. Os bancos velhos, sujos e danificados se transformaram em camas. As pessoas reclamavam de febre, dores de garganta, desconforto generalizado no corpo. Precisavam de atendimento básico. Mas nem o básico é possível encontrar na rede pública do DF. 

O grau de estresse entre pacientes e acompanhantes estimulou a animosidade. Duas mulheres elevaram o tom de voz e expressaram quase que um sentimento coletivo: "Se é para morrer em casa, pelo menos avisem que não vão atender, mas não nos deixem aqui esperando sem ao menos nos dar uma satisfação", disse uma delas cuja filha, deitada em um dos bancos imundos, piorava a cada instante devido à reação ao medicamento que fora aplicado em outra unidade da rede pública. 

Uma outra mulher, que acompanhava a mãe, dava sinais de desespero diante da falta de atendimento à senhora que já havia passado por três outras unidades, desde Taguatinga, Núcleo Bandeirante e Guará sem esbarrar em um médico e, finalmente, chegou ao HRAN, por volta das 15h e as 20h pareciam remotas as chances de encontro com um profissional de saúde para socorrê-la.

Em outro cenário, aparece o governador Agnelo Queiroz, na propaganda política do PT, pedindo desculpas pela incapacidade do seu governo de melhorar a rede pública. Mais uma vez, faz promessas que, provavelmente, não serão cumpridas, mas servem para passar à população a falsa imagem de que está trabalhando para melhorar o sistema. As pessoas não aliviam seus males com discursos bem preparados, mas com atendimento médico. Elas querem, e têm direito, a serviços de saúde decentes.

Vale lembrar que ele, durante a campanha eleitoral, Agnelo Queiroz prometeu assumir pessoalmente o comando da Secretaria de Saúde para acabar com a ineficiência do sistema frente ao sofrimento da população. Não cumpriu a promessa, talvez por não ter também capacidade de gerir a Secretaria de Saúde. Quase 10 meses depois de assumir o Palácio do Buriti com uma  equipe, formada em boa parte por dissidentes staff de Joaquim Roriz, ao qual se atribuiu grande parte das desgraças do DF, Agnelo se revela um fracasso na gestão da saúde pública do DF. Ele nem sequer conseguiu contratar os médicos aprovados em concurso público. 

Na prática, o governo Agnelo não tem nenhuma diferença entre os dos antecessores Roberto Arruda e Joaquim Roriz. Os dramas se repetem e o desatendimento é recorrente. Os episódios de sábado fazem parte do dia a dia da cidade, que quer sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014; e chega a investe R$ 1,6 milhão em uma festa popular para comemorar os mil dias que antecedem ao mundial. Imaginem o fiasco se um visitante precisar recorrer a um hospital em dia de jogo no DF.

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