Trânsito: ostentação e tragédia
Nas cidades dos países civilizados e com governos comprometidos com o bem-estar dos cidadãos, conscientes dos dramas que afetam o planeta, como poluição, aquecimento global, escassez de água, lixo e outras ações antrópicas negativas à vida, há uma preocupação crescente em oferecer transporte público de qualidade. As pessoas preferem e exigem esse serviço, por estarem igualmente conscientes de que a emissão de gases é nefasta, que o estresse do trânsito compromete o seu desempenho intelectual e profissional.
Mas em Brasília, cidade símbolo da modernidade, o tema é tratado com absoluto descaso. Os cidadãos são apenas detalhes para um Estado que vive emaranhado em escândalos de corrupção, improbidade administrativas e outras falcatruas políticas.
Esbanja-se ostentação com a chegada às ruas dos mais novos e arrojados modelos da indústria automobilística. Mas todo esse conforto é anulado pelo estresse dos engarrafamentos diários, pela irritabilidade com a falta de vagas nos estacionamentos públicos. O desconforto tende a se agravar com a emissão de gases poluentes e de efeito estufa, que comprometem a qualidade de vida de toda a sociedade, e a perene omissão do poder público frente aos danos que superfrota causa aos cidadãos, que alimentam os cofres do Estado. Tão importante quanto uma solução eficiente para o transporte coletivo é a revisão dos percursos. Hoje, os roteiros traçados pelas empresão são excludentes. Milhares de trabalhadores das áreas nobres são tratados como cidadãos de quinta categoria. Isso precisa ser revisto pelas autoridades. Afinal de contas, elas existem para garantir tratamento equânime aos cidadãos de uma cidade.
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