Futebol é a esperança do PT brasiliense
Agnelo, ruim de bola |
O
poder alienante do futebol é a grande esperança de setores do PT brasiliense
para descolar o nome do governador do DF dos escândalos em que ele aparece como
protagonista ou como ator coadjuvante de peso. Brasília receberá jogos das
copas das Confederações e do Mundo de 2014. O clima envolvente dos campeonatos
em um país alucinado por futebol tende a desviar a atenção da opinião pública
dos fatos políticos. Assim, o titular do Executivo deverá chegar ao fim do
mandato com baixo índice de críticas, mas sem reunir condições de tentar a
reeleição — mesmo que esse seja o seu desejo, não será escalado para formar o
próximo time do PT na disputa pelo troféu Palácio do Buriti.
A
enxurrada de dinheiro que desembocará no Distrito Federal, em razão dos jogos,
fortalece a aposta petista. A expectativa é de que será possível reverter a
péssima qualidade dos serviços de transporte e de saúde públicos; melhorar a
segurança, temas que estão na raiz do descontentamento da população com atual
governo.
Muitos
petistas reconhecem também que foi um grande equívoco a aceitação da
candidatura do ex-integrante do PCdoB no partido apenas para disputar o Palácio
do Buriti. Porém, a legenda não contava com nenhum nome de peso, exceto o do deputado
Geraldo Magela, que, no passado, perdeu a corrida ao governo para o então
governador Joaquim Roriz. Hoje, Roriz, enquadrado como ficha suja pela
legislação eleitoral, está impedido de concorrer a qualquer cargo eletivo, mas
não pode ser desconsiderado. Duas filhas dele foram eleitas deputadas para os
legislativos federal e distrital.
O
atual governador nunca foi um petista militante. Filiou-se ao partido apenas
por conveniência para garantir sobrevida política. Mas diante da desastrada
gestão em um ano e meio à frente do Buriti, suas chances de se manter no
cenário político local são bastante reduzidas. No entanto, o PT não quer deixar
escapar das mãos o poder local.
Alguns
nomes começam a ser cogitados nas rodas de conversa dos petistas. A maioria deles é de
mulheres, livres de qualquer suspeita de envolvimento em situações escabrosas, como
má-gestão, desvio de recursos públicos, favorecimento ilícito a parentes e
outros pecados que colocariam o partido em mais uma saia justa e em desvantagem diante dos adversários. Vale a ressalva que muito pouco existe no cenário local que mereça comandar a capital federal.
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